domingo, 7 de setembro de 2014

Resenha - Vidas ao vento

                                   



   O novo e último longa-metragem do aclamado roteirista e diretor Hayao Miyazaki, do Estúdio Ghilbi, revela em “Kaze Tachinu” (Vidas ao vento) um filme diferenciado. Este foi desenvolvido para o público adulto, sendo também o mais realista dentre suas animações de destaque como "A viagem de Chiriho" ou "Meu vizinho Totoro". Entretanto, esse fator inovador não impediu que a bela simplicidade fosse extinta. A animação foi lançada no Japão em julho de 2013, baseado em um mangá criado por Miyazaki, já recebeu o prêmio de melhor animação pela National Board of Review tendo também três indicações ao Annie Awards (Oscar de animações). A história narra a biografia ficcional de Jiro Horikoshi, um garoto que, inspirado por Caproni — um designer aeronáutico italiano — tinha um sonho desde a infância: desenhar belos aviões. Sendo assim, em 1927 ele ingressa em uma grande empresa de engenharia e trouxe, posteriormente, grandes inovações para o mundo da aviação. Durante a narrativa ele conhece uma jovem Nanoko e se apaixona por ela envolvendo o filme em uma mescla de romance e drama, envoltos anos antes do inicio da Segunda Guerra Mundial.

    Os diálogos são um dos pontos fortes da animação e amplamente aproveitados. Muitos deles, ditos dentro dos sonhos de Jiro trazem reflexões a respeito do início do avanço tecnológico na aviação, em que subentendemos a dificuldade de Jiro entre seguir seu sonho de projetar aviões, mesmo sabendo os fins nos quais eles seriam utilizados, ou desistir. Também é possível perceber o desejo real do protagonista de projetar aviões especializados no transporte de pessoas e não somente utilizados na guerra
    A trilha sonora de Joe Hisaishi, como era de se esperar, continua enfatizando ainda mais a simples complexidade do filme. Os traços, apesar do cenário realista perante seus antigos feitos, mostra-se preservado, sem aparentar mudanças significativas.
   O único ponto desestimulante da animação é o lento acontecimento dos fatos, o que pode fazer com que alguns espectadores percam o interesse pela história ou não se atentem aos diálogos bem construídos.

   Em suma, “Vidas ao vento” mostra-se uma despedida singela e reflexiva do grandioso mestre da animação japonesa, demonstrando que não só é excelente com histórias de magia, mas também consegue produzir com excelência obras para todos os tipos de públicos.

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